Dra. Thalita Freitas

Fisioterapeuta responsável pelo Ambulatório de Disfunções do Assoalho Pélvico do Hospital das Clínicas de São Paulo.
Supervisora do Curso de Especialização em Fisioterapia na Saúde da Mulher na área de Uroginecologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
Especialista em Saúde da Mulher HC FMUSP.
Especialista em Fisiologia do Exercício e Treinamento Resistido FMUSP.

Opinião de especialistas

Reabilitação dos Músculos do Assoalho Pélvico

O assoalho pélvico é uma estrutura complexa, formada por músculos, ligamentos e fáscias. Localiza-se na pelve, entre o osso púbis e o cóccix, e têm as funções de suportar os órgãos pélvicos, manter a continência urinária e fecal, além de desempenhar um papel primordial na função sexual.

Uma disfunção do assoalho pélvico pode levar a diversos sintomas, como: incontinência urinária, incontinência anal, constipação, disfunções sexuais (dor ou dificuldades no intercurso sexual), entre outros.

O tratamento fisioterapêutico tem o objetivo de restabelecer a função dos músculos do assoalho pélvico, através de  técnicas e recursos específicos que incluem desde aparelhos, os quais auxiliam na contração e estimulam a sensibilidade, até, exercícios e terapias manuais.

A maior dificuldade terapêutica é fazer com que o paciente perceba a contração da musculatura. Para isso, muitas vezes é necessário o uso de algum dispositivo para facilitar a conscientização.

Dentre os recursos mais utilizados na reabilitação pélvica está o biofeedback, que é um equipamento que capta a pressão de contração muscular com o intuito de ensinar o controle voluntário da musculatura. Uma das suas principais características é prover informações de forma direta ao indivíduo, utilizando sinais sonoros ou visuais, permitindo que o paciente perceba o grau da força e a duração de cada contração. A finalidade do biofeedback é, portanto, transformar a atividade muscular em um evento compreensível, melhorando a coordenação motora e a ativação do músculo.

Esse tipo de treinamento permite também um relaxamento muscular eficiente, já que é comum que algumas pessoas saibam contrair o músculo mas não conseguem relaxá-lo conscientemente. A importância do relaxamento está em momentos como, por exemplo, ao evacuar, pois o esforço sobre os músculos contraídos pode gerar lesões (fissuras / hemorróidas) e predispor a incontinência fecal.

O sucesso no tratamento dos problemas relacionados aos músculos pélvicos vai depender da precisão no diagnóstico. Por isso, uma avaliação detalhada, feita por um profissional especializado, é imprescindível para traçar uma conduta adequada e garantir êxito na terapia.

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